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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Olhar de Criança.

Há um bom tempo atrás, gosto de lembrar-me dessa história quando me sinto descrente com a humanidade... O ano era 2003 eu estava iniciando o meu fascínio pelo mundo da internet. Costumava ir ao centro da cidade para acessá-la, pois não tendo computador em casa, a saída era apelar para as bibliotecas virtuais dos centros culturais. Eu frequentava duas bibliotecas, quase que diariamente, no horário de dez às onze horas e o outro a partir do meio dia. Quando eu ia para o primeiro horário eu chagava bem cedo, pois a fila era sempre grande e caso eu não pegasse o primeiro horário, não conseguiria chegar a tempo para o segundo acesso. Então eu ficava esperando por muito tempo.
Não sei vocês, mas eu detesto esperar! Então eu sempre invento algo para me distrair, resolvi fazer uma florzinha de papel bem engraçadinha que aprendi. Lá em frente ao centro cultural, onde ficamos esperando tem um vento muito forte e a florzinha que eu tinha acabado de fazer saiu voando, e ficou rodopiando nas correntes de ar que formavam pequenos redemoinhos, indo e voltando, cruzando entre os pés das pessoas que transitavam em suas vidas, desatentas...
Eu estava torcendo para que a flor não fosse esmagada por algum sapato apressado. Mas eis que veio uma criança, com o jeito típico de criança, distraída, porém atenta a tudo. Ela apanhou a florzinha, a olhou bem e mostrou sorridente para sua mãe, que também da tribo dos “alheioatudo”. Nem deu atenção! Mas o menino não se importou, olhou novamente a flor em suas mãozinhas e levou-a com muito cuidado, atenção e aquele sorriso. E eu observando aquela cena, percebi que realmente só o “olhar de criança” possui a sensibilidade de: no meio do caos reparar em uma pequena flor perdida.

Marcus Sales

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